terça-feira, 21 de setembro de 2010

OS OSSOS DE GALINHA

Os ossos de aves são porosos e leves, chamados de ossos pneumáticos. Isso é necessário para que o vôo desses animais seja rápido e fácil. Por ser oco e frágil, aos olhos do observador atento, fica de fácil conclusão que esse tipo de estrutura pode se quebrar fácil, como na mastigação, por exemplo.

Chego assim nesse exemplo por que de fato é muito comum pensar desse modo, já que o frango faz parte da culinária mundial e muito comum na mesa do brasileiro. Não mais que isso, os restos e ossada desse animal que normalmente é atribuída aos animais domésticos como um tira gosto, ou uma refeição variada no cardápio do pet, pode mais é causar um triste fim nessa historia que até então parecia ser interessante ou normal.

>>Pra quem tem animal de estimação preciso que leiam atentamente esse resumo do dia, e para quem não tem um animalzinho, que fique então de informação e passe para frente:

Para os que moram em casa e não em apartamento, o felino doméstico é livre para dar suas passeadas e investidas nas gatinhas da redondeza. Há quem pense que o maior vilão é o vizinho cara de pau que matou com veneno o seu gato no inverno passado. Mas venho por meio deste avisá-los que o maior vilão pode ser você mesmo ou alguém da sua família.
Esse era o meu gato, muito amado, o Guímel:


(Guímel, com 1 ano e seis meses de vida. Foto: Alexandrino,L.V., 10 jul. 2009)

>> Até então eu pensava que meu gato, Guímel, havia falecido por ter sido envenenado por um vizinho mal amado, mas neste feriado, quando estava desenterrando ele, descobri que nada disso tinha afetado meu bixinho, e sim ossos de galinha que talharam seu trato digestivo.


(Crânio e mandíbula do felino doméstico com aprox. 2 anos de vida. Foto: Alexandrino, L.V., 15 set.2010)


(Osso do fêmur de ave, tipo frango, medindo 4 cm de comp. e 0,9 cm de largura, com aprox. 40 dias de vida. Foto:Alexandrino, L.V., 15 set.2010)

FICA, DESDE JÁ, DECRETADO, MEUS AMIGOS LEITORES: NÃO DÊ OSSOS DE GALINHA OU DE PEIXES PARA SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO.

>>Preze pela vida desses animais que já é curta, e também preze pelo seu emocional, afinal, quem teve um animalzinho companheiro nunca se esquece. É recíproco, é amar e ser amado!

*Sintomas do animal:
Muita sede: o animal bebe muita água, tanto que sua barriga fica bem cheia.
Fezes: em alguns casos sai sangue, pois arrebenta vasos sanguíneos do intestino ou mesmo fura a parede intestinal. Em outros casos as fezes saem muito secas e o animal sente muita dor (leve-o imediatamente ao veterinário, ainda pode dar tempo em salvar a vida dele).
Alimentação: Mesmo com os sintomas acima citados, o animal ainda sente fome e se alimenta normalmente. E isso pode iludir o observador atento, pensando que ele já está melhor.
Vômito: em último estágio, o vômito amarelo e fraqueza do animal estabelecem o estado moribundo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CONHEÇA O PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE SUA REGIÃO: cuide de sua história!

Muitos aqui podem dizer que o patrimônio de sua cidade já deve estar bem guardado pelas autoridades locais!
Muitos ainda podem dizer que nem sabia que sua cidade tem um patrimônio histórico!!
E ainda, tem aquele que se convence do rumo que as coisas tomam atualmente, e nem se dá conta da perda de sua historicidade.

Pois bem, meus amigos e amigas, caros leitores e leitoras:
ESTÁ NA HORA DE CONHECER SUA HISTÓRIA!! A HISTÓRIA DE SUA CIDADE!!
Pois este assunto não é do vizinho, ou do seu avô, é tanto seu quanto de qualquer um que você conheça!
O Patrimônio histórico e Patrimônio Cultural são de relevante interesse mútuo da sociedade, pois estes que alicerçam a identidade, a cultura, os contos, as histórias e vivências de cada povo. E é o que caracteriza e diferencia cada região.
Atualmente, o órgão nacional responsável por proteger e promover o patrimônio é o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Mas nem é por isso que cada um não precise fazer sua parte em contribuir na conscientização da preservação de nossa história ou bem natural da região.
>>Todo estado Brasileiro possui uma lista de Patrimônios, você pode conferir isso no site do Ministério da Cultura, ou no Ministério do Meio Ambiente, ou ainda no site do IPHAN (confira).

Eu venho abordar este tema hoje, pois eu me escandalizo com as trilhas de motos que são feitas em cima do montes de sambaquis!!
Já não basta a orla da praia inteira pra “abusar” e “rasgar” a vegetação rasteira do substrato arenoso.
Sem contar na poluição atmosférica e sonora!!
Não venho radicalizar o motocross, venho reivindicar novos trajetos pacíficos para estes esportistas!
Se cada um de nós tivermos responsabilidade e conscientização por pelo menos 0,01% do patrimônio já teremos boa parte preservada!
Se você tem um amigo ou amiga que pratica esse esporte, dê uma dica!
Isso não é de minha autoria, pode conferir: É PROIBIDO SUBIR, CAMINHAR, PEGAR CONCHINHAS NO MONTE DE SAMBAQUI!
>>Concedido: somente por motivo de pesquisa!



Todos nós somos responsáveis pelo nosso Patrimônio!
Se você avistar vândalos desmoralizados arriscando a longevidade de um bem natural: FAÇA SUA PARTE, DENUNCIE!!

terça-feira, 13 de julho de 2010

ARTE RUPESTRE* NOS SAMBAQUIS LITORÂNEOS DO SUL DE SANTA CATARINA

>>Os grandes montes de conchas encontrados próximos às praias são considerados, para alguns autores “o meio mais evidente de representação dos Sambaquis”.
>>Ainda há outros que validam as esculturas em pedras, os chamados zoólitos, ou mesmo os artefatos, como sendo um perfil.

De fato, estas características são muito evidentes ao redor dos Sambaquis, porém, devemos levar em conta o “todo” do cenário, e observar a partir do meio de comunicação menos explorado nos sambaquis, que são os seus desenhos e inscrições nas rochas.

>>Um autor renomado disse: “não há arte rupestre que possa ser atribuída com segurança aos sambaquis”.

Imagina você meu querido leitor o ponto de vista deste meu colega de profissão:
>>>os ameríndios litorâneos antigos do sul viviam na praia muito ocupados em sobreviver da pesca e coleta de moluscos; morar em abrigos sob grandes rochas empilhadas, e empilhá-las; fabricavam seus instrumentos sobre grandes pedras a partir de certas rochas encontradas na praia, algumas ferramentas (diz ele) demorariam até “3” dias para ser finalizada... uffa!

Parece mesmo que estariam muito ocupados em seus afazeres e não teriam assim o tempo suficiente para deixar sua marca no ambiente em que viviam?

Agora observe algumas das insculturas deixadas pelos sambaquis do Sul num abrigo próximo de um grande monte de conchas no Farol de Santa Marta em Laguna, que, as quais são consideradas como sendo de outras civilizações vizinhas da época, e não justamente dos próprios Sambaquis (Fotos do arquivo pessoal ALEXANRINO, L.V., abril de 2010):



O desenho acima: representa a posição da montanha em relação à constelação.
> as três marias à esquerda da ponta da montanha e ao lado mais duas estrelas representativas do céu noturno.
> ambas estrelas aparecem somente no verão no céu dessa região.



Este desenho ao lado: representa uma máscara, ou carranca.
> Poderia ter sido usado como um instrumento de devoção para os da casa, temor para os que visitam, e, talvez, um simples detalhe de decoração na parede rochosa do abrigo.




A entrada deste abrigo: dentro encontrei grande quantidade de conchas espalhadas pelo solo.



Com relação à esses detalhes que explanei nesta nota, convém pensar-mos que de fato há características no ser humano que não modificam nas diferentes culturas, que é o hábito de deixar a sua marca, como dizendo: "passei por aqui um dia" ou "aqui vive alguém".

Eu sou a favor da existência e do "merecimento" da arte rupestre nos Sambaquis do Sul de SC.

E VOCÊ?

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*Arte rupestre: representação artística antiga que existiu na história do homem. É feita a partir de entalhes na rocha, desenhos por raspagem ou com pinturas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

OQUE FAZER AO ENCONTRAR UM SUPOSTO SÍTIO ARQUEOLÓGICO?

Em primeiro lugar devo esclarecer o que um arqueólogo faz quanto a um novo sítio arqueológico:
>>Nenhum profissional dessa área desenterra um objeto coberto por sedimentos antigos só por desenterrar, ou nenhum deles vai escavar só por escavação!
O pesquisador para iniciar um trabalho de buscas argumentativas sobre a origem de tal sítio deve estar vinculado a algum projeto de pesquisa, que tem metodologia e técnicas focadas ao tema, descrição da área e objetivos já definidos para serem relatados à comunidade. Afinal, o patrimônio histórico é direito de todos, por isso temos pesquisas que relatam e nos mantem informado de onde vieram e pra onde vão.



Em segundo lugar devo esclarecer o quão sofredor é uma pesquisa pela metade para o estudioso:
>>Como sempre tem os chamados piratas, ou até os sem consentimento de “furto” que desconhecem o código de ética profissional do arqueólogo ou paleontólogo. Na busca de um contentamento pessoal, como troféus de captura, não sabem o quanto podem estar interferindo em uma possibilidade de grande pesquisa na área quando os mesmo apanham para si as relíquias e objetos históricos das civilizações passadas. Ainda, tem os chamados "ingraçadinhos" que pixam e vandalizam monumentos.(Segue ilustração com marcação indígena em "Y" de um Sambaqui de SC vandalizado com tinta azul. Foto de arquivo pessoal: ALEXANDRINO, L.V.)



De acordo com o artigo 216 da Constituição Brasileira de 1988, que protege os sítios arqueológicos: “Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, (...) portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formados da sociedade brasileira, nos quais se incluem: (...) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico (...) e científico”.

ASSIM, QUANDO ENCONTRAR UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO:

1º- NÃO REMOVA NADA;
2º- FAÇA UMA MARCAÇÃO NO LOCAL PARA PODER RETORNAR AO PONTO ENCONTRADO;
3º- COMUNIQUE IMEDIATAMENTE À AUTORIDADE CIENTÍFICA MAIS PRÓXIMA:
>> www.iphan.gov.br

terça-feira, 25 de maio de 2010

PERDIDA NOÇÃO DE CIVILIZAÇÃO

Hoje conversei com um índio guarani de Florianópolis-SC, ele apareceu aqui no estabelecimento de onde trabalho oferecendo ervas para tratamento de várias doenças. No pequeno espaço de tempo em que conversamos sobre o modo de vida dele e como o índio se encontra na sociedade hoje, pude perceber que grande parte da cultura que ele recebeu na tribo dele já estava se esvaindo. Simplesmente, para ele, não estava nada fora do comum ele sair de onde nasceu e se desenvolveu, na cultura dele, para “ganhar a vida” vendendo ervas nas ruas de casa em casa.



--Eu pergunto a você meu colega leitor:
>Qual o significado de civilização?
>Até que ponto somos civis?
>Porque, para a grande maioria, o índio não é civilizado, ou não tem direito nenhum em propriedades de terra ou espaço?
>Porque é tão importante estudar as civilizações passadas, ao passo que o índio vivo na nossa frente é tão desvalorizado?

Sem dúvida, qualquer tipo de civilização está susceptível de se nacionalizar e adquirir características específicas, dentro de cada Estado, no interior de cada povo. Mas a questão chave das diversas civilizações são os elementos essenciais que o constituem, como: modo de vestimenta, cultura, culinária, religião, etc, que acabam se perdendo dentro das várias possibilidades de “miscigenação de culturas”. Estes fatos sociais não são igualmente aptos a se internacionalizar como as questões políticas, jurídicas, morfologia social; pois fazem parte de cada povo.

>Aí vem o nosso problema atual: o índio querendo seu espaço cultural nacional enquanto os conservadores (não índios) tentam mantê-los em casas moldadas em espaços delimitados e etc e tal.
>Aí a pesquisadora frustrada baixa a cabeça e continua seu estudo individual sobre civilizações passadas. As quais não estão por aí pra ti contribuir socialmente ou intelectualmente. Tem que sofrer mesmo cavando e cavando e tentando descrever um quebra-cabeça que se alastra até os dias de hoje: culturas perdidas e civilizações se perdendo!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

CAMINHANDO CONTRA O VENTO: FAROL DE SANTA MARTA – SC

Ao subir morro do Cabo de Santa Marta pequeno, o observador atento consegue admitir a existência de uma sincronização de formas de esculturas em pedras. Observe a foto a seguir, é a primeira imagem que se depara:



Existe um certo pesquisador, que o qual prefiro não citá-lo nesta nota, que descreve esta imagem como sendo uma ilustração de um grande phalo ou pênis... (???)

Eu já prefiro coligar esta imagem como sendo um símbolo adquirido pelos civis do Sambaqui do Cabo pequeno para identificar o local como sendo de certos habitantes. É como uma instrução descritiva de local reservado somente para tais pessoas, que neste caso representado por uma imagem de um bivalve aberto. Veja as próximas imagens, elas demonstram o mesmo sinal, onde é possível encontrá-las em torno de todo o Cabo:





Fazer valer uma investigação arqueológica é o que eu mais defendo. É o que eu pretendo demonstrar em minhas observações neste blog. Não quero gerar picuinhas ou mesmo espetadinhas em certos autores, somente quero levar conhecimento aos leigos e abrir mentes para novas possibilidades de descrição de sítios arqueológicos.
Para finalizar meu conceito referente a essas insculturas, repare nesta imagem ilustrativa que montei para melhor entendimento de meu raciocínio (repare a posição original de um bivalve aberto e a pedra esculpida por um habitante artista de Sambaqui):


Na sua opinião, estas insculturas representam:

UM BIVALVE ABERTO?
ou
UM PHALO? (Freud explica)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PROSPECÇÃO NOS SAMBAQUIS DO FAROL DE SANTA MARTA -SC



Ao visitar a praia do Farol de Santa Marta, é muito comum despertar interesse nas trilhas que sobem aos montes de sambaqui e seus monumentos rochosos pleiteando a praia. O que de fato muitos deixam de perceber é a tamanha riqueza de imagens e detalhes deixados pelos habitantes que ali jaziam. De acordo com um autor, os elementos encontrados nos montes de sambaqui estão associados ao ato de coletar e não à uma produção.
De fato, os grandes montes revelam um hábito alimentar peculiar desta civilização perdida, porém, deve-se levar em consideração que os habitantes do litoral-interior, os chamados sambaquis fluviais, tiveram uma grande relação com os sambaquis litorâneos quando os mesmos também coletavam conchas de bivalves e moluscos terrestres e empilhavam em torno de lagoas, mesmo eles tendo uma vasta área para captura de outras fontes alimentícias na Restinga.
Isso mostra que o ato de empilhar ou produção de montes de conchas não significa mero "castelamento" de restos de comida, pode sinalizar um gesto cultural-litorâneo pela dependência ou respeito à vida aquática para a sobrevivência da população.
Um modo de carregar este meu ponto de vista é observar a presença de grandes esfinges de pedra expostas meticulosamente de frente para o mar. Estas grandes imagens mostram o respeito destes homens pela vida aquática ou mesmo uma crença em deuses para proteção e fortalecimento pessoal, os quais acreditavam ser advindos do mar ou ambientes aquáticos. (fotos de arquivo pessoal: data: 05\03\2010 - Alexandrino, L.V.)